Casos pelo mundo mostram que as redes sociais se tornaram um meio comprovadamente importante para as eleições. No pleito de 2020, em que os brasileiros vão às urnas escolher prefeitos e vereadores, as redes ganham ainda mais importância. A maneira tradicional de se fazer campanha política vai ser mais um aspecto da vida das pessoas impactado pela pandemia da Covid-19, e os candidatos vão ter que aproveitar o potencial das redes sociais para traçar estratégias. Mas o especialista em marketing político Giacomo Degani alerta que os postulantes que só se deram conta de que a campanha vai precisar migrar para as redes agora terão dificuldades.
“Quem percebeu que o ano seria diferente e desde março começou um trabalho mais estruturado, pensando em como trabalhar o Whatsapp, Telegram, como usar as redes sociais, como é que a mídia vai funcionar, estruturar uma equipe de apoio, criar grupos de Facebook, Whatsapp, e tomar decisões para construir uma campanha relevante dentro da internet, vai sair muito na frente”, advertiu Degani, que tem no currículo campanhas eleitorais no Brasil e fora, e foi o coordenador digital da campanha de Fernando Haddad (PT) à presidência da República nas eleições de 2018.
Degani reconhece que a campanha de rua é uma tradição no Brasil, e que os candidatos muitas vezes passam a esperar muito da campanha digital. É nesse ponto que ele faz um alerta. O especialista em marketing explica que para que uma campanha na internet seja bem sucedida e funcione, é preciso investimento. “A troca [da campanha de rua para a digital] não é tão rápida. Estar na internet todos vão estar em algum nível, agora conseguir efetivamente transformar a internet pra uma ferramenta de conquista de voto é um desafio que eu diria que poucos conseguem”, analisou.
Nesse sentido ele cita como exemplo os recursos investidos na campanha eleitoral americana. Segundo Degani, o candidato a reeleição Donald Trump e Joe Biden investem em media 700 mil dólares em anúncios para Facebook, Instagram e WhatsApp por semana. Em seguida o profissional explica que o investimento é necessário para chegar em públicos que um candidato normalmente não chegaria.